domingo, 26 de dezembro de 2010

“Pandemias”

Pandemias

Queria fazer uma promessa
Que todos os dias fosse cumprida
Algo que sempre aconteça
Mesmo após a despedida

Amor, ou algo que pareça
Pompeio de boca vertida
Sem voz ou olho que meça
Promessa dita e perdida

Dobrei ideias sortidas
Soltei abraços de vento
Bocas e línguas vencidas
Aconteceu o momento

Lá longe, ao horizonte
Despejo em orla de mar
Luz de corpo, água e fonte
Ponte para outro lugar

Sozinho foi, rapidamente
Apenas para não ficar
Ir por ir, constantemente
Acordar e navegar

Naufragar e acordar de rompante
Foi medo da solidão
Foi algo principiante
Foi bater do coração

Até em badalo de sino
Se ergue ritmo de mar
Bandeira ondulante sem hino
Voz de povo sem reclamar

Prometi cada momento
Sem pelo amanhã esperar
Quem promete sentimento
Deve gesto de pagar

Quis fazer uma promessa
De lâmina contida e fria
Promessa ou jeito que peça
Alegria todo o dia.