quarta-feira, 2 de maio de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
“Manhã solitária”
A mil, meu
peito, gritos de dor
Vontades de
vento, jeitos de amar
Quando, na
madrugada, me colho flor
Quebrando o
orvalho que vou derramar;
- Que águas
são essas? Pergunta a canção,
Em minhas
costelas, abraçando o mar;
- São pérolas,
Senhor; do meu coração;
Responde meu
sal, prisioneiro no olhar
Se fossem, os
lábios, soltar emoção
Eu seria o
primeiro, para os acompanhar
Armado que vou,
gotas de oração
Brotam,
audazes, sorrindo para não chorar.
***
“Abismo”
Caminha a canseira
Dos Templos antigos
Olhos convertidos
De qualquer maneira…
Erguidos ao alto, pilares de lama
Calçando a mentira dentro da veia
Se lhe corre de sangue a cor que
semeia
Ao grito, cadilho que lhes
assoberbe a Fama…
***
“Desespero ambulante”
-A esperança é
teu ânimo de salvação
Barco sem rumo
nas ondas do mar
Por vezes,
fechado ao coração
Gemendo
embalos sobre o olhar…
-Que fosses a
pedra mais alta da serra
E sentisses o
vento que sabe cantar
Quando ouves o
frio, ameno, sobre a terra
Sem lábios ou
musgo que possas beijar…
-E fitas meu
peito, de gritos gigantes
Como se, ali,
batalhasses ardor…
Quantas
falsidades e traições constantes
Sem carinho ou
templo, que me liberte a dor…
-Sim! - Fui a
mão que abriu da ilusão
Num vento
capaz, auréola da mocidade;
Lágrimas
perdidas chegando em vão
Por resmas de ti, montando idade.
-Vi-te no
tempo que me aconteceu;
Nas páginas
brancas, enquanto te lia;
Se da voz
sobrou, na voz morreu
O momento
vivido se te conhecia.
***
“Delicadas da minha voz”
Eis que no mesmo dia acontece
Tornado, na mesma hora que se levanta
Se na madrugada, abre e canta
A noite que entristece
Mesmo assim, marco a caminhada
Fazendo como quem vai para mais longe
Que em meu hábito, envergo e me faz monge
Sem pisar o caminho da fachada
Começo por abrir o entendimento
Para renascer ao compreender das palavras
Que assim convém que sejam detalhadas
Em júbilo, além do esquecimento
Mais que, assim, só uma estaca
A que falta e sou temente
Quando de mim sou toda a gente
Em mim, a voz opaca.
***
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
“Pesadelo na minha cama”
Lá distante,
Fui velho lobo-do-mar
Tomei meus pés, até ao horizonte de mim
Não pude ver, alcançar ou desejar
Mas, passo a passo, conduzi-me até ao fim
Nas trevas, fui amante de coração
Conversando e caminhando confiante,
Distante do caminho, andei de mão em mão
Ferindo leis, além, tangente, avante
Nuvem vencida, sonho ardente
Fogo de peito, asa guardada
Marchei de céu, nuvem luzente
Cheguei a mim, noite calada
Fui crescer no campo ao lado
Raiando voz soberana
Fui acordar encharcado
Suor, pesadelo na minha cama.
***
__________________________________________
“Inda, na garganta”
O meu amor abalou…
- Oh farsa de tanta fadiga!
De tanto sal, o peito gritou
Aos lábios, morrendo quem o diga
Que a língua sabe e água levanta
Clamores estrangulados, inda, na garganta.
***
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