sexta-feira, 20 de abril de 2012

“Pesadelo na minha cama”



Lá distante,
Fui velho lobo-do-mar
Tomei meus pés, até ao horizonte de mim
Não pude ver, alcançar ou desejar
Mas, passo a passo, conduzi-me até ao fim

Nas trevas, fui amante de coração
Conversando e caminhando confiante,
Distante do caminho, andei de mão em mão
 Ferindo leis, além, tangente, avante

Nuvem vencida, sonho ardente
Fogo de peito, asa guardada
Marchei de céu, nuvem luzente
Cheguei a mim, noite calada

Fui crescer no campo ao lado
Raiando voz soberana
Fui acordar encharcado
Suor, pesadelo na minha cama.
***
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“Inda, na garganta”




O meu amor abalou…
- Oh farsa de tanta fadiga!
De tanto sal, o peito gritou
Aos lábios, morrendo quem o diga
Que a língua sabe e água levanta
Clamores estrangulados, inda, na garganta.
***