segunda-feira, 11 de abril de 2011

“BEIJO NA MADRUGADA”


A lua abriu o tormento
Beijando a orla do mar
Sibilo,
Risco de vento;
Grito de alento
Por contemplar

Turvava assim, crispação
Na prata que se estendia
Olhava o sim, acenava o não
Enquanto o brilho fugia

Gemia no coração
Como quem chama um ardor
Repincho de solidão
Retumbaria paixão, voz ou dor

Qual beijo não chegaria
Do peito jeito encantado
Que do sono venceria
Verdadeiro ou enganado

Lá tinia livremente
Chorando à descarada
Quando Aurora se viu gente
Para beijar a sua amada

Foi quando o sonho acordou
Na noite, ida, fechada
Que o desejo festejou
O beijo da madrugada.
***

“ALENTA DEMANDA”


Olhei a parede vazia
De melancólica, cor e calma
Tombei pela noite até ao dia
Mais amargo da minha Alma

Receios que em mim transitaram
Reflectiram tais momentos
- Vai-te embora.
- As vozes falaram
Ao horizonte, dos meus tormentos

Aos escombros, fui essa flor
Anteposta, entre meu sonho
Olhos e noite, varei o amor
Vencido, à madrugada do sono

E madrugou amargura
Apagando-se,
Sem dizer uma palavra
Aquela, ao alto perdura
Que assim, de tudo falava
- Espera…
De mim te procura
E, a esperança segura.
***


“PERPÉTUA INCUMBÊNCIA”


“PERPÉTUA INCUMBÊNCIA”

Devia amar-te para sempre
Possuindo a prova
De muitas outras coisas;
Devia amar-te,
Quando caminho em frente
Quanto?
Quando te abandono…

Não encontrei essa riqueza
Graças a uma melhor compreensão
Só o benefício da certeza
Pleno,
Daqueles que te encontrarão

Devia amar-te para sempre
A partir de agora
Quando, o jeito é demente

Amar-te, como?
Mostrando-te o descontente

Mergulhado no teu perfume,
Apaladado o desejo
Devia amar-te como costume
Amar-te
Pomada ao doce cortejo…

Sentiria que ainda não te encontrei
Entre as pétalas mais airosas
Nem das vozes que isentei
Sonhei
De ti
Aquela flor, das flores mais maravilhosas.
***